O equilíbrio é uma das 3 (três) leis sistêmicas que regem a vida e as relações humanas, segundo a filosofia prática e fenomenológica das Constelações Familiares desenvolvida por Bert Hellinger. Quer a gente queira ou não, a lei do equilíbrio atua sobre nós e sobre os sistemas os quais fazemos parte: familiar, empresarial, organizacional, etc…
A percepção, no entanto, sobre a lei do equilíbrio, muitas vezes, é ainda mais sensível no ambiente de trabalho. Isto porque, existe um intercâmbio de troca na relação profissional:
uma pessoa oferece o seu trabalho, o seu tempo, a sua dedicação, a sua criatividade e muitas outras habilidades próprias. Em troca, recebe muitas coisas de volta: remuneração pela sua contribuição, continuidade do seu trabalho, reconhecimento, a certeza de que sua família vai ter o que comer, de que poderá sair de férias, momentos agradáveis no trabalho, entre outros.
Portanto, como exemplificado acima, nós temos uma espécie de “antena sistêmica” que é sensível ao dar e receber. Através dessa antena nós percebemos se estamos “devendo” ou se “temos crédito” com alguém.
Como funciona o equilíbrio entre o dar e o receber na prática? Imagine que você recebeu algo de alguém. Então você sente a necessidade ou a pressão de ter que dar algo de volta para essa pessoa. Em uma relação saudável de troca, normalmente, aquele que recebeu dá um pouquinho a mais ao outro, que também sentirá a necessidade de retribuir com um pouquinho mais. Logo, se esse algo que foi dado for novamente mais do que o anteriormente recebido, então existe aí uma troca entre o dar e o receber que cresce continuamente. E isso forma uma base sustentável para uma longa, fértil e enriquecedora troca, onde todos os elementos ganham.
Imagine agora uma grande torre de tijolinhos. Você coloca um tijolinho de um lado e a outra pessoa coloca outro tijolinho do outro. Você coloca mais um e a outra pessoa coloca outro, e assim essa torre de tijolinhos pode continuar crescendo. Agora, o que acontece se apenas você colocar tijolinhos de um lado e o outro não colocar mais tijolinhos? Como essa torre poderá continuar crescendo com uma base equilibrada e sem o risco de ruir ou cair se do outro lado não existirem mais tijolinhos que a suportam?
Outro exemplo: imagine um relacionamento de casal. Você recebe uma manifestação de carinho e amor do seu parceiro(a). Você imediatamente sente a necessidade de retribuir ao seu parceiro(a) com um pouquinho mais de carinho. E talvez você demonstre o seu amor preparando uma refeição especial que ele gosta. Seu parceiro(a) se alegra com seu amor e logo fica em débito novamente e, então, lhe surpreende com um pouquinho mais de carinho levando você para um jantar no seu restaurante preferido. Esse é um intercâmbio de troca sustentável e equilibrado, pois ambos os elementos dessa relação assumem a responsabilidade pelo dar e, ao mesmo tempo, abrem espaço para permitir-se receber o que o outro tem para oferecer. Esse é um dos principais ingredientes para que um relacionamento de casal prospere. Pois, se somente um dá e outro apenas recebe, aquele que só dá se sentirá maior e injustiçado e aquele que só recebe se sente incapaz e pequeno, pois a sensação do “débito” é tão grande que ele não encontra espaço para oferecer algo em troca. Resultado: conflitos no relacionamento.
Na relação entre pais e filhos existe uma exceção na lei do equilíbrio, que falaremos em outro post.
Agora é com você. Coloque a inteligência sistêmica para funcionar na prática:
1. Foi possível relacionar o conteúdo deste artigo com as dinâmicas da sua vida?
2. O que esses exemplos podem lhe mostrar sobre as suas relações de troca?
3. Como está o equilíbrio entre o dar e o receber nos seus relacionamentos?
4. Para você, qual dinâmica é mais fácil: dar ou receber?
5. De 0 a 10, quanto você está disposto a dar? E a receber?
6. No seu ambiente de trabalho, você sente que o que você oferece é proporcional ao que você recebe? Ou, aquilo que você dá em troca aos seus colaboradores é equilibrado em relação ao que eles oferecem para você ou para sua empresa?
7. Qual é o padrão nas dinâmicas de troca na sua vida?
8. Qual é o padrão nas dinâmicas de troca do seu sistema familiar?
9. Você costuma se sentir injustiçado? Em débito? Culpado? O que você costuma sentir?
10. O que ainda precisa ser equilibrado para que a sua vida possa fluir com leveza e sustentabilidade de troca nos relacionamentos?
Agradecemos por ler o nosso artigo até o final. Se o conteúdo deste artigo foi útil e as 10 reflexões práticas foram relevantes para você, curta, envie para os seus amigos e compartilhe para que mais pessoas possam se beneficiar do conhecimento sistêmico que compartilhamos. Gratidão e até o próximo artigo!
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